Ministro Sérgio Moro responde questionamento sobre conversas vazadas no Senado.
De acordo com o “The Intercept”, conversas comprovam a ação criminosa do ministro.
O ministro da justiça Sérgio Moro, prestou um depoimento voluntário no senado na última quarta-feira (19). Durante a conversa, o Senador Nelsinho Trad, do PSD, de Mato Grosso do Sul, fez um sério questionamento ao ministro sobre as novas mensagens que teriam sido divulgadas em represália a Moro.
No trecho divulgado, ele teria dito ao procurador Deltan Dellaganol, que uma procuradora era uma excelente profissional. Entretanto, em audiência ela não ia tão bem assim, sugerindo um treinamento.
Sendo assim, o Senador perguntou se o então juiz, orientou a troca de agentes da operação .
Em resposta ao senador, Moro afirmou:
“Não podemos tomar por autênticas essas mensagens. Pelo teor das mensagens, se elas realmente forem autênticas, não tem nada de anormal nessas comunicações. Nenhum momento do texto há alguma solicitação de substituição daquela pessoa. Tanto que ela continua até hoje realizando atos processuais na Lava Jato”.
O senador fez a pergunta, pois nesta quinta-feira (20), o site “The Intercept” divulgou trechos de uma outra conversa entre Dellaganol e outro procurador, Carlos Fernando, que dizia o seguinte:
Deltan: “ Vamos ver como está a escala e talvez sugerir que vão 2, e fazer uma reunião sobre estratégia de inquirição, sem mencionar ela.”
Carlos Fernando: “Por isso tinha sugerido que Júlio ou Robinho fossem também. No do Lula não podemos deixar acontecer.”
De acordo com o “The Intercept” esse novo trecho revela a participação criminosa de Moro, comandando a força tarefa da Lava Jato e violando as normas éticas de funcionamento dos processos.
Ao ser questionado sobre esse diálogo, Moro disse em nota que “não reconhece a sua autenticidade, pois pode ter sido editada ou adulterada pelo grupo criminoso”. E que, “mesmo se autêntica, nada tem de ilícita ou antiética”. A nota acrescenta que, “na suposta mensagem, não haveria nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado Federal, como especulado, e que o texto atribuído ao ministro fala por si, não havendo qualquer solicitação de substituição da procuradora, que continuou participando de audiências nos processos e atuando na Operação Lava Jato”.